Acima da média nacional, Indústria avança 2,2% em Mato Grosso do Sul

O setor da Indústria avançou em 12 dos 18 estados pesquisados na comparação com novembro do ano passado

15 janeiro, 2024 - 14h34


Obra da Suzano em Ribas do Rio Pardo; indústria é uma das grandes geradoras de emprego no Estado – Arquivo

Por: Suelen Morales

O setor industrial cresceu 2,2% em Mato Grosso do Sul, na passagem de outubro para novembro de 2023, conforme a Pesquisa Industrial Mensal (PIM) divulgada  hoje (12), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado mensal ficou acima de seu patamar pré-pandemia.

Com a variação de 0,5% na produção industrial nacional na passagem de outubro para novembro, nove dos 15 locais investigados pela Pesquisa Industrial Mensal (PIM) Regional neste indicador registraram taxas positivas. O maior avanço individual veio do Paraná (5,4%), enquanto São Paulo (1,9%) registrou a maior influência no A pesquisa foi

Mato Grosso do Sul também apontou avanços acima da média nacional que foi de 1,3%. Na comparação com novembro de 2022, o setor industrial apresentou resultados positivos em 12 dos 18 locais pesquisados.

Nesse mês, assinalaram avanços de dois dígitos e os mais acentuados os estados do Paraná (21,2%), Espírito Santo (18,5%), Goiás (16,6%), Pará (12,8%), Rio de Janeiro (10,5%) e Mato Grosso (10,0%). Segundo a pesquisa, o saldo positivo foi impulsionado pelos setores de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis.

Além das indústrias extrativas de minérios de ferro pelotizados ou sinterizados e óleos brutos de petróleo e celulose, papel e produtos de papel , em segundo lugar.

Já os Estados da Bahia (8,4%), Maranhão (5,0%), Santa Catarina (2,2%), Ceará (0,9%) e Minas Gerais (0,2%) completaram o conjunto de locais com crescimento na produção no índice mensal de novembro de 2023.

Por outro lado, o Estado do Amazonas assinalou recuo de -10,3%, pressionado, em grande parte, pela atividade de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (televisores, telefones celulares, aparelhos para recepção, conversão e transmissão de imagens ou dados, placas de circuito impresso montadas, receptor-decodificador de sinais de vídeo codificados e rádios para veículos automotores).

Por fim, Rio Grande do Sul (-4,4%), Rio Grande do Norte (-2,8%), Pernambuco (-1,8%), São Paulo (-0,3%) e Região Nordeste (-0,1%) mostraram os demais resultados negativos nesse mês.

 

“No mês de novembro, é possível fazer uma relação com o avanço de 0,5% em relação à queda da taxa de juros, um efeito de uma política monetária mais expansionista. A queda da taxa de juros causa impacto direto na renda disponível das famílias, de maneira que o crédito está menos encarecido. Não podemos esquecer que os juros ainda estão em patamares elevados, mas conseguimos ver uma melhora na renda disponível das famílias, o que aumenta o consumo e impacta diretamente na cadeia produtiva industrial”, destaca o analista da pesquisa, Bernardo Almeida.

O pesquisador ressalta ainda que outro ponto importante é a melhora na massa salarial da população, o que também impacta da renda das famílias e influencia no consumo das famílias.

“Quando falo de uma melhora da massa salarial, estou falando de uma melhora na taxa de desemprego, impactando diretamente a cadeia industrial produtiva. Além disso, o crédito menos encarecido ajuda a diminuir as incertezas frente ao cenário macroeconômico, impactando nas decisões por parte dos produtores. Isso influencia na tomada de decisões, que se tornam mais otimistas, mais uma vez melhorando o ritmo da produção”.

A maior alta individual foi observada na indústria do Paraná, com taxa de 5,4%, e foi a segunda maior influência no resultado nacional. Novembro foi o quarto mês consecutivo de resultados positivos no estado, que acumula ganho de 14,5%.

“Houve uma significativa melhora no ritmo de produção da indústria paranaense e podemos afirmar isso olhando os números relacionados aos números pré-pandemia. A indústria paranaense se encontra 9,6% acima do patamar pré-pandemia. É um patamar significativo, positivamente falando. Assim como em São Paulo, é necessário aguardar para ver se essa melhora vai ser tornar um crescimento sustentado, se vai perdurar, mas é uma melhora de ritmo de produção. O setor que tem mais influenciado essa indústria nos últimos meses é o de derivados do petróleo, que é um setor bastante influente dentro dessa indústria”, destaca Almeida.

A segunda maior taxa positiva, e quinta influência no mês, veio da indústria do Espírito Santo. O estado eliminou parte da perda de 7,1% acumulada no período setembro-outubro. A setor que exerceu influência no resultado da indústria capixaba foi o extrativo.

Já Pernambuco (-9,7%) e Amazonas (-4,2%) demostraram os recuos mais intensos na produção, com o primeiro local eliminando o avanço de 9,8% registrado em outubro e o segundo marcando o terceiro mês seguido de queda na produção, período em que acumulou redução de 15,1%.

Sobre a pesquisa

A PIM Regional produz, desde a década de 1970, indicadores de curto prazo relativos ao comportamento do produto real das indústrias extrativas e de transformação.

Traz, mensalmente, índices para 17 unidades da federação cuja participação é de, no mínimo, 0,5% no total do valor da transformação industrial nacional e, também para o Nordeste como um todo: Amazonas, Pará, Maranhão, Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás e Região Nordeste.

Os resultados da pesquisa também podem ser consultados no Sidra, o banco de dados do IBGE. A próxima divulgação da PIM Regional será em 8 de fevereiro.

Fonte: Correio do Estado


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